26/06/2013

Dias de Passado



Começamos um texto pelas palavras e nelas estão nossos sentimentos

Um dia de luz, tudo estava pacífico, não havia dor, meu coração alegre e disposto a correr o mundo em busca dos significados, guardando meu passado apenas para pesquisas futuras e progredindo. Assim foi a melhor fase da minha vida, meus pensamentos nunca estiveram mais claros e minhas realizações, mais possíveis, eu era um homem novo, um corpo novo que parecia já ter vivido milhares de anos.

Nesse momento tão sublime encontrei uma pessoa, a mais linda linda e perfeita para mim, alguém que quis compartilhar cada conquista e dividir cada vitória, alguém para se viver uma vida inteira de felicidades, mas o destino é implacável para todos.

O tempo passou e o destino mais uma vez me encurralou, mostrando que minha felicidade era passageira, trazendo novamente cada carma. A dor foi o meu primeiro golpe, em sequencia a falta de paz e de repente tudo eram sombras novamente. Em meio a toda frustração estava passando descobri mentiras daquela pessoa que antes considerava perfeita, comecei a ver seus erros que antes pareciam não existir, sua sublime falta de consideração pelo que eu passava, mostrando uma certa distancia ao meu mundo e então começamos a viver um inferno pessoal.

O tempo continuou passando e ainda tentando ergue as forças das recentes tragédias levei outro golpe ainda pior, o pior de todos, uma pessoa tão queria, um amor materno verdadeiro daquela que não é sua mãe, partiu para nunca mais retornar, sei que é natural a passagem entre a vida e a morte, mas mesmo sabendo da naturalidade dos fatos não existiu e nunca existirá aceitação da minha parte, só dor da perda de alguém que faz a palavra amor parecer tão simples e real.

Nesse momento comecei a cair dentro de mim, me encolhendo e o mundo que parecia tão pequeno perto do meu sonho agora era um monstro que estava preste a me devorar, foi ai que "a pessoa" se afastou e foi embora, como se tudo não passasse de uma brincadeira que enjoou, encravando por certo minha lápide com suas palavras de despedidas. Não existia mais forças para continuar, me deitei e só me levantei no quarto dia, sem vida, sem esperança, sem animo.

Não existiu palavras para descrever o que vivi, o que se passou dentro de mim nesse tempo, não existe uma única reação ou esboço, eu morri realmente por quatro dias, naquele momento parecia que até a vida havia me abandonado.

Me levantei no quarto dia, sem vida, sem esperança, sem animo, tomei um banho, coloquei os lençóis para secarem, subi no canto mais alto que consegui ver, olhei para as estrelas, pedi perdão e pulei.

O máximo que consegui foi quebrar meu braço e fraturar minhas costelas, não conseguia nem chorar mais, nem minha vida eu conseguia tirar então me levantei novamente e caminhei para minha casa, os pensamentos já não existiam mais, nem uma centelha de vida em meus olhos, apenas o fracasso, as dores, a saudade, as agonias, a solidão.

Retornando a casa, limpei-a completamente, fiz tudo que estava pendente, estudei e oque devia estudar e entrei em metamorfose mais uma vez. A solidão mais uma vez tomou meu corpo, me secando, me destruindo novamente, nem a dor mais era algo significativo, nem a morte representava algum tipo de perigo. As sombras me envolviam me trazendo o conforto que precisava, o único conforto que precisava.

Então aceitei minhas condições, aceitei o sofrimento e parti em busca do meu caminho, do meu mais novo obstáculo, agora não sou mais o sonhador que conquistaria o mundo com descobertas e fascinações, agora eu sigo com aquilo que acredito ser real, verdadeiro.

Existem pessoas que só estarão com você nos momentos bons, essas pessoas não pensam em ninguém além delas mesmas, egoístas e principalmente hipócritas, serão reais, vivas e convincentes mas no final quando se enjoam, partem, dizendo que acabou da forma que começou.

Hoje eu encontrei uma pessoa com quem quero arriscar, alguém que acredito ser diferente, ela ainda não sabe o quanto é importante para mim sua amizade, nossas ideias, nossas conversas. Quero fazer diferente, tentar algo novo dessa vez e aos poucos conquista-la sem fascinações ou descobertas, apenas com a verdade das coisas como são e meus sentimentos, só assim acredito que algo real possa surgi. Não procuro mais a felicidade, mas se ela vier estarei de braços abertos.