Paradisíaca, misteriosa aquela ilha em que me encontro.
Lembro-me das palavras que usou, a forma sem vida com que mencionou quem eu era e como eu havia mudado desde nosso primeiro encontro, essa transformação interior que percebeu aconteceu devido a fase em que estava, o momento conturbado e desprovido de lógica que sucumbiu a um abismo onde a força de vontade e a auto-estima passaram a não existir, deixando apenas duas escolhas, mudar ou desistir. Não costumo desistir sem tentar tudo que esta ao meu alcance então minha escolha era obvia e a alma livre que identificou naquele dia era apenas um mascara alegre sobre um corpo extremamente perturbado.
Hoje estou livre sim, mas principalmente livre de mim, sem mascarás, por isso escolhi um lugar bonito, tranquilo e isolado onde posso ser eu mesmo e soltar os monstros aprisionados em minh'alma para que consequentemente travemos batalhas onde o vitorioso se tornará o controlador, mesmo que os riscos sejam apenas psicológicos são reais e verdadeiros. É inegável o embate, lutamos pelo que acreditamos e o que acredito é que esses monstros não podem se tornar parte de mim.
A solidão é uma forma de demonstrar a importância que tenho pelos mais próximos, mas não deve pensar que sou altruísta porque isso poderia fazer querer voltar a falar comigo e ia destruir todo o trabalho que tive para te mante-la longe, distante você estará mais segura do que ao meu lado.
A ilha é um lugar paradisíaco, parte minha, da imaginação que tanto uso o tempo todo, fruto do meu auto-controle e concentração, aplicados em uma virtualização do meu desejo de paz, por isso a ilha contém todos os meus medos e pesadelos passa assim poder enfrenta-los e mesmo sendo um lugar tão solitário ela também é meu refúgio, então quando me afasto de alguém é porque preciso e porque ninguém além de mim precisa se machucar.