28/06/2017

Mais um novo Dia.


Todo dia é um novo dia e isso não tem nada de especial.

            Vivemos procurando um significado, uma razão para existir, uma faísca de algo que nos faça sentido, uma realização, uma conquista, uma identidade, algo que nos diferencie dos outros, algo que nos torne especiais, mas a verdade é que nós não somos.
            Para o tempo e pelo tempo em que o tempo existe, ninguém que vive ou já viveu importa, nossa significância morre com a morte de poucas gerações tão insignificantes quanto a nossa e que, mais uma vez, para o tempo e pelo seu tempo, não é nada.
            Somos tão especiais quanto a nossa capacidade de lembrar de pequenos detalhes de nossa infância, como um café da manhã tomado a exatamente vinte anos atrás, afinal, se somos importantes, cada detalhe deveria ser também, afinal quem contará a nossa história, se nem nós mesmo podemos contar.
            Ainda assim, no auge da minha insignificância, em meio a qualquer coisa, venho, por meio desse obsoleto meio de comunicação, dizer que nada importa, nenhum valor, nenhuma ação. Seja olhando para muito longe ou para muito próximo por qualquer direção, nossa existência não passa de um sistema caótico direcionando para a realização de algo realmente significativo.
            Somos uma simulação defeituosa de um sistema incompleto que está em constante evolução. Somos um erro com uma infinitesimal melhoria em relação aos nossos ancestrais mais antigos e como todo erro, seremos apagados para não infectar as próximas melhorias.
            Essa é nossa importância, somos infinitesimalmente importantes, e ainda assim, aí está você, lendo algo que foi feito apenas para você, de uma forma que apenas seu intelecto poderia entender.