Todo dia é um novo dia e isso não tem nada de
especial.
Vivemos procurando um significado,
uma razão para existir, uma faísca de algo que nos faça sentido, uma
realização, uma conquista, uma identidade, algo que nos diferencie dos outros,
algo que nos torne especiais, mas a verdade é que nós não somos.
Para
o tempo e pelo tempo em que o tempo existe, ninguém que vive ou já viveu
importa, nossa significância morre com a morte de poucas gerações tão
insignificantes quanto a nossa e que, mais uma vez, para o tempo e pelo seu
tempo, não é nada.
Somos tão especiais quanto a nossa
capacidade de lembrar de pequenos detalhes de nossa infância, como um café da
manhã tomado a exatamente vinte anos atrás, afinal, se somos importantes, cada
detalhe deveria ser também, afinal quem contará a nossa história, se nem nós
mesmo podemos contar.
Ainda
assim, no auge da minha insignificância, em meio a qualquer coisa, venho, por
meio desse obsoleto meio de comunicação, dizer que nada importa, nenhum valor,
nenhuma ação. Seja olhando para muito longe ou para muito próximo por qualquer
direção, nossa existência não passa de um sistema caótico direcionando para a
realização de algo realmente significativo.
Somos uma simulação defeituosa de um
sistema incompleto que está em constante evolução. Somos um erro com uma
infinitesimal melhoria em relação aos nossos ancestrais mais antigos e como
todo erro, seremos apagados para não infectar as próximas melhorias.
Essa
é nossa importância, somos infinitesimalmente importantes, e ainda assim, aí
está você, lendo algo que foi feito apenas para você, de uma forma que apenas
seu intelecto poderia entender.