04/07/2013

Ponto de Encontro



Ele voltou...

Sem algum motivo aparente ele retorna e consigo uma carga enorme de lembranças, coisas que queria esquecer, não percebe que não quero falar, mesmo assim me sinto obrigada a responder o que me pergunta, estou curiosa para saber o quão distante irão suas duvidas.

Como pode apenas em uma noite me chamar tanta a atenção, conversamos muito tempo sem parar e acredito que nunca mais vamos nos reconhecer, apenas uma noite foi o suficiente, mas nunca será o bastante, gostei muito de sua agradabilíssima companhia, o tempo passou e nem percebi, sabia que queria está ali.

Ainda indecifrável, olho tentando entender porque é sempre tão seguro em cada palavra, mesmo quando assume o erro parece que nunca errou, como é possível alguém ser assim, tão exato e ao mesmo tempo tão errôneo. Com sua visão única de mundo ele me impressiona, existe algo de interessante em suas palavras que me fazem querer a conversa, aos pouco ele me cativa de uma forma tão infantil e tão inteligente, um boca grande que fala muita besteira, mas não consigo para de ouvi-la, sua doença e seu dom.

Vejo-o como uma contradição, sei de minha paixão, o quão importante está sendo para mim sua presença e que se continuar vou me machucar bastante, porém não consigo me decidir entre a solidão da minha vida ou essa aventura fadada ao fracasso. Como um bom amigo ele me mostra caminhos que a sociedade despreza e me arrasta em seu furacão. Sinto falta quando não ando ao seu lado, queria ficar mais tempo com esse bobo, mas não sei se consigo-o convencer a ficar comigo, acho que a contradição é minha, não sei se quero ao mesmo tempo que quero até demais.

Parto para um caminho longe, muito mais longe que o habitual, parto em busca de resposta então leio sua carta que me foi oferecida com tanto carinho e acho que não sei mais de nada, quero um tempo para mim e agora foi estragado, sou obrigada a pensar em coisas que queria me livrar. Conforme o tempo passa, passa também minha aflição e dá lugar a outras coisas que não sei bem expressar, a única coisa que sei é  que algo me espera com o meu retorno, sendo este inevitável.