23/08/2013

Floresta Negra

Mudanças ocorrem a todos os momentos, alguns trasladam.

     Duvidas que permanecem em um caminho sem volta, muitas perguntas e poucas respostas, criando um casulo para bloquear as coisas da vida e recubro-o de espinhos para aumentar a certeza que não será violado, afastar qualquer tipo de intruso, mesmo assim vem um pessoa que com estranha calma, adentrando pela floresta negra, que se formou ao de fora do estimado abrigo, sem se importar.

     Com Destreza, frieza e eutimia contemplante e real aparenta experiência, como se fosse um antigo morador de minha mente ele se instala constrói sua residência, fico imóvel tentando decifra-lo, me questionando sobre suas intensões, enquanto ele parece apenas está em um passeio naquele lugar extremamente conturbado, foi ai que me encontrou e por horas parecia esta me olhando, mesmo sabendo que não podia me ver, sentia seus olhos penetrando todas as camadas que criei e acertando no fundo do meu coração.

     Por muito tempo me encarou, quando começou a se aproximar mais tentei impedir com tudo que tinha, mas parecia que aquele lugar não era mais meu, minha cabeça não me pertencia, ele estava a se aproximar muito tranquilamente, a confusão não era confusa para aquele estranho. Colocando as mãos sobre meus espinhos, empurra-as fazendo sangrar, vermelho intenso, não sabia se o sangue era do opressor ou da vítima, não possuía ciência sobre qual o meu papel a interpretar no calor do momento, então ele recita a primeira frase de pois de tanto tempo, estou aqui dentro de você, em seu interior.

     Quando olho para o lado vejo a serenidade me abraçando, suas mãos quentes chegaram em meu corpo e por mais que eu tivesse evitado, ele conseguira quebrar todas as barreiras e com volúpia me confortava, forte, intenso, carinhoso, meu corpo flutuava agora em sua mente, nós estávamos voando e longe daquela floresta haviam flores lindas, pássaros a cantarem, castelos e talvez fadas, um mundo encantado e maravilhoso, tudo que me abstive por tanto tempo, nem soubera ao certo o motivo, não lembrava ou não me importava o suficiente.

     Então ele me deixara longe da floresta, sorridente brincara comigo, divertindo sobre as perspectivas e influenciando minhas ideias, faria tudo para continuar ali naquele lugar lindo com ele, faria tudo para estar novamente só mais alguns minutos, talvez a eternidade. Em partida ele não falou nenhuma palavra apenas um gesto que sinto em meu peito até hoje tentando esquecer a cada dia.

     Me sento naquele maravilho lugar onde as pessoas parecem felizes e as cores bem vivas e não quero me misturar, tenho vontade de sair e conversar mas algo me cobre novamente, a dor penetrante, tão forte quanto seu abraço, o céu começa a escurecer, as flores morrem dando espaço as ervas-daninhas que começam a crescer ao meu redor, tinha tanto medo que aquilo acontecesse novamente, então o casulo mais uma vez se forma, no início achei que ele voltaria e me salvar, o tempo passava e não sinto mais sua presença forte dentro de mim. A raiva começou a tomar minha mente, começou a controlar a floresta, aceita-la, farpa-la completamente.

Ele acha que conhece meus caminhos, mas eu o observei o suficiente para saber como evita-lo.