24/09/2013

Entre Pontes


     Todos por ali passavam, raro os obrigados que ouvia, dificilmente era olhada ou admirada, raramente respeitada, mesmo assim continuava parada, forte e firme pelos efeitos do mundo e do tempo, não se deixando levar nem pelos sonhos nem pelos outros, apenas ali parada, fazendo o que todos consideravam fácil e até mesmo subsidiário.

     Como não poderia deixar de ser, sua importância era marcada pelos agraves do tempo, certa vez cedeu as intemperes do clima e nesse dia todos a observaram com pena, falaram como era importante e que agora seria muito difícil continuar, aquelas palavras deram forças para mais uma vez se erguer e por ali ficou por toda sua vida, não entendia muito bem seu significado só sabia que era importante de alguma forma que daquela maneira permanecesse. 

     Seu prólogo era lindo e sua mensagem para os poucos que observavam atentamente era simples e maravilhosa, mesmo não sem ter escrito ao menos uma palavras, suas fortes construções de metal contrastando com a bela natureza que se erguia aceitando-a como parte do meio, unido o que era imaterial ao material, entregando o tom especial da sua alma, tornando-a clara, transparente, viva.

     O que se pode imaginar da função de uma ponte se não aquela que desempenha quando está pronta, firme e forte, talvez deva-se olhar como uma passagem segura, um atalho para o outro lado, ou talvez seja algo muito mais importante, a base firme que nos garante com segurança um caminho, alguém que possamos contar e com o nosso respeito possa deixar frutos ainda mais belos, alguém firme ao solo e transparente ao mundo, não sendo abalado por sol, chuva ou sonhos. 

As Pontes Existem.