16/10/2013

Fúria Vespertina


     O fogo que arde em minha mente, queima meus pensamentos, tudo é tão claro quanto poderia ser. Controlo cada impulso e por isso consigo ver além dos horizontes, todas as toxinas liberadas em meu corpo só aceleram o metabolismo, ajudando no que chamaria impulso da natureza, toda fúria que sinto se designa aos acontecimentos do meu passado que misturando ao presente ganhando força nas presunções do futuro.

    Pobre coitados aqueles fadados a perder, a vida não é justa, justiça é outra coisa que não pertence a vida, sabemos tudo que pudemos saber e mesmo assim não é o bastante, seria necessário que fossemos filhos e netos de pais ainda melhores para termos alguma chance de conseguir algo, superação não cabe ao ser humano, não evoluímos, apenas nos iludimos achando que chegamos em algum ponto, nada é real o tanto que deveria ser e é engraçado saber que a única pessoas que poderia entender nem se importa com minhas palavras.

     Gostaria de jogar lama nos olhos das percepções, pouparia a decepção de ver no que o mundo está a se transformar, gostaria de ter alguém para culpar além de minha hipocrisia diária de todos os dias quando em oração peço aos ventos que alguém me ouça, ouça o meu choro de dor enquanto sinto cada vez mais meus sentidos apertarem, sinto apenas apenas a agonia, a amargura dos que deveriam me oferecer amor. Meu ódio é maior do que qualquer outro sentimento que puderia sentir, meu ódio é verdadeiro e por isso não é ódio, precisaria ter muito caráter para odiar e fazer gestos simples de carinho. Esse não sou eu, sou a mais simples palavra de tudo que quero dizer, sou o nada e talvez o único nesse mundo que pode suportar o ódio do mundo.