01/11/2013

Anjos e Demônios

Para que o mundo se organize a sua maneira é necessário si organizar primeiro.

     Cada passo que dou segue uma sequência lógica, um raciocínio fixo de um objetivo a ser conquistado, porém não sou dominado apenas por anjos, em minha mente existe também demônios a me atrapalharem em meu trajeto, bagunçando meus sentidos, alterando minhas perspectivas e me cobrindo de impulsos. Tento controlar cada instinto, selecionando por localidade e casualidade, organizando-me a maneira que realmente desejo. A essa força de controle que me submeto chamo de disciplina.

     Minha mente é o primeiro e mais difícil passo devido aos impulsos que sobressaem a cada fraquejo, os medos que assolam minhas verdades e os prazeres que tentam minhas virtudes, como uma batalha entre o bem e o mal. Anjos e demônios moram em minha mente bagunçando e desorganizando tudo que com trabalho rigoroso mantenho em ordem e nada posso fazer para impedir essa batalha sem sentido, esse é o carma por ter nascido um humano, a consciência, esta que deveria aconselhar e projetar sobre todas as concepções apenas forma uma pândega e meu mundo é seu salão comemorativo.

     Nada disso faria sentido se não concluísse com o método aplicado para o treinamento. A muito tempo comecei o processo de controlar a consciência, domesticando os dois lados das trincheiras mostrando o lado bom e ruim de cada ação antes de torna-las verdadeiras, assim consegui com sucesso a manipulação das minhas vontades e desejos, porém esse é um trabalho árduo com prazo de vencimento muito curto o que é muito ruim, mantenho a vigília eterna desde então.

     Sempre que me afasto da sociedade estou passando por um processo de evolução onde nego os mais diversos impulsos, ou melhor, abstenho dos desejos mundanos e celestiais, isolando o mundo a minha volta e concentrando apenas em meus objetivos, tornando-os reais as expectativas e afastando tanto bem quanto o mal. Não sou uma criatura do meio, vivo no meio, mas estou muito longe de ser aquele que nasceu para está aqui sem transforma tudo que vê em um reflexo de mundo vazio que concebe nas mais variadas formas imaginativas.