07/11/2013

Sinceridades Discursivas

A dor ensina, mas muitos se recusam a aprender.

     A dor quando aterrorizante transforma-se em sofrimento e esse por sua vez tem a capacidade de permanecer por muito e muito tempo. É inegável a capacidade que os sentimentos negativos tem sobre nosso próprio corpo, é inacreditável como somos frágeis e na fraqueza encontramos a força suficiente para superarmos a dificuldade que se apresenta, é surreal ver como alguém consegue fazer algo impossível quando o limite não fora estabelecido anteriormente.

     Todos esses fatos são reais e verdadeiramente impressionantes, mas em verdade, todos esses aspectos são psicológicos, ou seja, cada fraqueza é provinda da própria mente, uma barreira imposta para que não ultrapassássemos até o momento certo, caso conseguisse ultrapassar sobreviveríamos a mais um teste, caso não, sobraria apenas o sofrimento e a morte. 

     Em um pensamento ainda mais profundo, que imagem se forma quando você percebe que não tem o controle sobre essas barreiras, o ponto para que esse obstáculo seja quebrado é uma quantidade de dor específica, muito mais alta do que já está acostumado habitualmente, que naquele exato momento em que mais precisava, esta, oculta de todos os momentos de sua vida, rompe-se e no ato do rompimento tem a solução para todos os seus problemas.

     Por mais que queira acreditar que não tem o menor envolvimento de uma linha traçada chamada destino ou que alguém por algum motivo colocou esse bloqueio antes do nosso nascimento, eu não consigo deixar de assimilar esse mundo como um aglomerado de coincidências que seguem um padrão lógico, matemático, realístico e verdadeiro, é cada vez mais difícil ver a casualidade dos acontecimentos e esse é um dos fatos que me trazem a fé.

     Porém, no íntimo, no âmago, eu prefira que não existisse, porque como dizia Montesquieu no livro Cartas Persas II, "se Deus não for necessariamente justo ele seria a mais monstruosa das criaturas", concordo plenamente com essa frase e tenho fé na justiça divina, porque é o que resta ter, sofrimentos e dores viram, acredito que seja por algum propósito verdadeiramente significativo, porque se não fosse não veria motivos para continuar muito sobre-existência.