13/12/2013

No Fundo de uma Dor



Acabou, não existe mais chão, nem vontade para continuar, o mundo deixou de ser interessante no exato momento em que fui consumido pela terrível e explosiva dor, é incrível o que isso pode nos causar como tonturas, desgosto, desanimo, desespero, fadigas, enjoos, inconsciência, coma e sem que esperemos tudo simplesmente acaba, assim é a dor, tortuosa, maligna, sutil e voraz.
Quando tomado pelo desespero, o mundo simplesmente para de funcionar, nenhuma razão pode ser aplicada naquele momento, quando concentradas em pessoas sem costume as atitudes insanas podem tomar proporções catastróficas. Acostumados com o infortúnio da dor tendem a transporta-la através de uma tática simples, aplicando-a em si mesmo em uma proporção maior, mas controlada, afinal quando conhecemos a origem de uma dor ela parece solucionável, excluindo assim o fator desespero da equação física e motora.
Conheço muito sobre dores, conheço mais ainda sobre autocontrole, razão pela qual me sinto favorecido a escrever esse texto, a dor, quando permanente, tende a se adaptar a seu estado espiritual, humor, entre crônicas e agudas nem sei quais são as piores, mas todas são acostumáveis e dependendo do ser há possibilidade de começar a gosta da condição enferma em que se encontra.
O único motivo para termos dores é a alta complexidade de nossos corpos, ainda somos vulneráveis, mas é através das dores que podemos prevenir problemas, como avisos internos para entendermos como funciona nossa máquina corpórea e a curiosidade para o homem é equivalente à fome para um animal selvagem, só para quando saciada.

Vale lembrar que a dor é necessária e sempre será.