Acabou,
não existe mais chão, nem vontade para continuar, o mundo deixou de ser
interessante no exato momento em que fui consumido pela terrível e explosiva
dor, é incrível o que isso pode nos causar como tonturas, desgosto, desanimo,
desespero, fadigas, enjoos, inconsciência, coma e sem que esperemos tudo
simplesmente acaba, assim é a dor, tortuosa, maligna, sutil e voraz.
Quando
tomado pelo desespero, o mundo simplesmente para de funcionar, nenhuma razão
pode ser aplicada naquele momento, quando concentradas em pessoas sem costume
as atitudes insanas podem tomar proporções catastróficas. Acostumados com o
infortúnio da dor tendem a transporta-la através de uma tática simples, aplicando-a
em si mesmo em uma proporção maior, mas controlada, afinal quando conhecemos a
origem de uma dor ela parece solucionável, excluindo assim o fator desespero da
equação física e motora.
Conheço
muito sobre dores, conheço mais ainda sobre autocontrole, razão pela qual me
sinto favorecido a escrever esse texto, a dor, quando permanente, tende a se
adaptar a seu estado espiritual, humor, entre crônicas e agudas nem sei quais
são as piores, mas todas são acostumáveis e dependendo do ser há possibilidade
de começar a gosta da condição enferma em que se encontra.
O
único motivo para termos dores é a alta complexidade de nossos corpos, ainda
somos vulneráveis, mas é através das dores que podemos prevenir problemas, como
avisos internos para entendermos como funciona nossa máquina corpórea e a
curiosidade para o homem é equivalente à fome para um animal selvagem, só para
quando saciada.
Vale
lembrar que a dor é necessária e sempre será.