03/01/2014

O Erro em Mim


Costumava olhar para os céus noturnos quando a esperança não mais habitava meu corpo, lembro-me de sempre encontrar o conforto no silêncio das estrelas e deixar a paz da gélida noite adentrar pelo meu corpo, sentido por sentido até que estivesse completamente entregue aquela sensação que apenas aquele conjunto me causava.

Algumas vezes sentia vontade de compartilhar aquele momento com mais alguém, já que na maioria das vezes tinha um comportamento que se assemelhava a uma máquina, mesmo para os mais próximos, era raro encontrar em mim alguma emoção, aprendi que nem todos merecem meus sorrisos e gracejos, porém com a prática desse aprendizado comecei a ignorar também os merecedores. Perceber esse detalhe criou a vontade de compartilhar com mais alguém esse momento que considerava único.

Então procurei por bastante tempo esse alguém que merecesse olhar por dentro da casca que por anos passei fortificando, a essa pessoa mostrei meu interior de forma nunca expressa anteriormente, peguei meu paraíso particular e compartilhei com ela toda a felicidade que consegui. O resultado foi surpreendente, não existiu até então em minha vida uma sensação mais gostosa ou maravilhosa e toda a segurança que possuía me deixava extremamente confortável.

Sempre pensei que me cansaria de alguém quando não houvessem mais mistérios acerca do dos seus pensamentos, mas dessa vez algo diferente aconteceu, comecei a trata-la como parte minha, vida de minha vida, essência do meu querer, nada me fazia mais feliz do que ver seu sorriso sincero e nenhuma imagem era mais agradável do que imaginar as feições do seu rosto antes de dormi.


Entreguei-me verdadeiramente e fui feliz.