Sempre acreditou que os erros eram consequências de suas
ações, tragédias seriam uma balança que equiparava o sofrimento que já havia
causado, direta ou indiretamente. Com a certeza da justiça divina Íriam subiu
até o limite que pôde e sobre o mesmo limite padeceu, muitos disseram que um
vida não seria o suficiente para realizar seus sonhos, porém muito também
estavam errados sobre qualquer coisa que pudesse acreditar.
Para algumas pessoas a ideia de acaso é assustador, sentem
uma vida sem sentido sendo percorrida para um final já conhecido, uma vida onde
poucas alegrias são ofertadas e algumas até desperdiçadas. Por isso acreditar
em algo maior é muito simples, alguém invisível, imparcial e justo seria o ser
lendário divino suficiente para que os joelhos cheguem ao chão e as devoções
devore os corações fazendo o mito e este uma ordem.
A questão não é morte ou vida, criação ou destruição, ninguém
na verdade quer saber como foi criado ou qual o processo de destruição, todos
querem saber de onde veio e para onde vai a consciência, todo resto é apenas
uma passagem que deveríamos fazer de forma tranquila. Homens, deuses, Deus,
demônios, anjos, discípulos, devotos, nós somos apenas parte de um mundo e
muitas perguntas nos sobram nesse grande contesto.
Íriam não foi um homem, um Deus ou algo material, foi
apenas um história que ganhou os corações das crianças que sonhavam em
encontra-lo no final de sua vida e ao seu lado sorrir pela última vez como
sinal de respeito; Apenas uma ideia que surgiu no meio do nada e adquiriu força
sendo cultivada nos jardim da imaginação.
Logo já haviam estátuas, histórias, continuações e versões
adaptadas de sua história, logo Íriam ganhou forma e foi batizado em várias crianças.
Alguns anos depois já se podia ter certeza do grande Deus que lutou até seu
último suor para concertar o mundo e morreu em suas tentativas. Um pouco mais a
frente fora descoberto que ele nunca morrerá, apenas ensinara os homens como
lutar contra as injustiças e com sua voz corajosa gritando dentro dos corações
dos sacerdotes continuava ensinado.
O que ninguém sabia mais é que nunca houvera um deus ou
Deus para ser rezado, adorado ou devotado, apenas um livro que contavam as
aventuras do Infeliz por ventura Íriam de Mateiras.