26/03/2014

Infeliz por ventura Íriam de Mateiras


Sempre acreditou que os erros eram consequências de suas ações, tragédias seriam uma balança que equiparava o sofrimento que já havia causado, direta ou indiretamente. Com a certeza da justiça divina Íriam subiu até o limite que pôde e sobre o mesmo limite padeceu, muitos disseram que um vida não seria o suficiente para realizar seus sonhos, porém muito também estavam errados sobre qualquer coisa que pudesse acreditar.
Para algumas pessoas a ideia de acaso é assustador, sentem uma vida sem sentido sendo percorrida para um final já conhecido, uma vida onde poucas alegrias são ofertadas e algumas até desperdiçadas. Por isso acreditar em algo maior é muito simples, alguém invisível, imparcial e justo seria o ser lendário divino suficiente para que os joelhos cheguem ao chão e as devoções devore os corações fazendo o mito e este uma ordem.
A questão não é morte ou vida, criação ou destruição, ninguém na verdade quer saber como foi criado ou qual o processo de destruição, todos querem saber de onde veio e para onde vai a consciência, todo resto é apenas uma passagem que deveríamos fazer de forma tranquila. Homens, deuses, Deus, demônios, anjos, discípulos, devotos, nós somos apenas parte de um mundo e muitas perguntas nos sobram nesse grande contesto.
Íriam não foi um homem, um Deus ou algo material, foi apenas um história que ganhou os corações das crianças que sonhavam em encontra-lo no final de sua vida e ao seu lado sorrir pela última vez como sinal de respeito; Apenas uma ideia que surgiu no meio do nada e adquiriu força sendo cultivada nos jardim da imaginação.
Logo já haviam estátuas, histórias, continuações e versões adaptadas de sua história, logo Íriam ganhou forma e foi batizado em várias crianças. Alguns anos depois já se podia ter certeza do grande Deus que lutou até seu último suor para concertar o mundo e morreu em suas tentativas. Um pouco mais a frente fora descoberto que ele nunca morrerá, apenas ensinara os homens como lutar contra as injustiças e com sua voz corajosa gritando dentro dos corações dos sacerdotes continuava ensinado.

O que ninguém sabia mais é que nunca houvera um deus ou Deus para ser rezado, adorado ou devotado, apenas um livro que contavam as aventuras do Infeliz por ventura Íriam de Mateiras.