O que devo escrever e para quem devo escrever
Dos pensamentos mais aflitos aos caminhos menos cegos que posso encontrar, um texto é além da expressão clara da organização facultativa das ideias, parte de um todo, esclarecendo o que sou e quem sou. Em mim gira cada palavra antes de transcreve-las, são parte daquilo que vivo, talvez o mais claro sinal de existência, a prova de que não passei em branco em meio a todos esse livros da vida.
Uma vez ouvi uma história, um homem velho vei até mim em um sonho e me mostrou que minha imaginação era apenas uma pequena fração do que poderia me tornar, vislumbrou em mim estrelas e constelações. Entrei em um cosmos de ideias desde então e sempre explodindo de tanto imaginar e nunca poder falar pelos delírios aos quais deveria passar acreditando que não haveria quem me entendesse, assim me prendi muito tempo antes de escrever e a paixão me dominou.
Esse espaço de leitura não é diferente, apenas um extensão de quem sou e de minhas capacidades, uma prova inegável de minha existência, sou parte de um todo e esse todo também faz parte de mim, sou único em meus pensamentos, em casa, no trabalho, na fazenda, na praia, no parque, demorei até perceber que o que é isso que me torna único, ver o que mais ninguém pensaria. Muitas vezes já tive ideias que outros também tiveram, e idealizei sonhos que outros já idealizaram e percebi seus efeitos, então posso dizer também que meu pensamento sofre os efeitos dos idealizadores e pensadores antes de mim. Não sou uma extensão deles, sou o filtro evolucionista de suas idéias assim como, também, sou um homem cheio de mágoas e orgulhos.
Um homem, com seus defeitos, sonhos, delírios e com capacidades ainda não exploradas, assim me defino, o ponto negro em meio a luz clara dos pensamentos, absorvendo-as e acumulando em mim apenas o que quero, entendendo e realizando experiências, sou a soma do que já vivi e meus pensamentos mudam a cada minuto, sou as palavras que escrevo.