Deixo-me surpreender com os arremates dessa vida
Um dia me levantei cedo, triste, cabisbaixo, essa melancolia não predominante em meu ser se revelou em força e gênero por meio de minhas produções menos abstratas, um fardo que não deixaria a simples sombra do amargo véu se revelar. Sucinto e minucioso, esse foi o dia que eu desistir de viver.
Não me arrependo do que fiz até aqui, sempre trabalho pensando no melhor para o grupo, tornando o todo uma parte menor do que as somas das partes, sei que as dificuldades maiores estão na compreensão, mas resido onde os outros desistiram, resistindo a pressões já imaginadas, porém nunca vividas pelos críticos.
Encontrando meios de desviar minha frustração eu vou mudando, sem medo ou receio, aceito muito bem uma vida de cada vez. Redireciono os problemas com minha auto-estima baixa e responsabilidade, Adapto-me as conclusões mais adversas da vida. Porém certa vez eu desisti, abri mão de todo o poder criativo, da humanidade que em mim se tornava cada vez mais presente, um dia cinza se revelou em minha mente e meu futuro fora manchado com sangue.
Me perdendo entre pensamentos, agregando meu coração a dor, pulei do lugar mais alto que consegui encontrar, sem paraquedas cai, mas aquele não era o fim, uma força ainda maior me puxou amortecendo o impacto, anestesiando meus sentidos para que não sentisse a dor proveniente de minha ação, improvável. Humilhado eu continuei a traçar um caminho com destino certo, a casa onde residia.
O dia cinza manchado com sangue representa o primordial caminho até o paraíso intelectual em que vivo hoje, um passo de cada vez, sendo que cada rota deve ser traçada com inteligência e precisão, o tempo mesmo que curto é suficiente para os que acreditam e apenas desistimos de um caminho quando esse nos atrasa, porque não paramos no tempo, corremos e corremos até nossas pernas doerem e quando isso acontece paramos e sorrimos com todas as substâncias naturais produzidas que nos causam tanto conforto, espiritualmente sorriu por aqueles que não podem mais sorrir, vivendo a vida que eles não podem mais viver.
Hoje acordei leve, suave, confortável por ver que meus frutos estão dando sementes.