30/09/2013

Almas Abstratas

Vejo-a passar todas as noites mas nunca por mim.

     Fado as noites estrelares imaginando meu lugar lá, nas lembranças, nos caminhos mais escuros aos mais claros, até que minha essência seja completamente esquecida e a luz enfim apague, a luz que brota do sol refletida pelo meu lindo corpo deitado na relva do campo mais aberto que pude estar, como um estrela na imensidão sobre o vazio e o mundo.

     Sombras que voam a noite estremessem meu coração, cobrindo-o, o medo me invade de repente, sou fraco, frágil, pequeno, quebradiço e cada dia que passa sei que está mais perto, ela sobrevoa sobre mim todas as noites, passa bem perto, as vezes consigo sentir sua respiração forte e fria que gela meus ombros, como se olhasse nos meus olhos e dissesse, hoje não, ainda não estou aqui por você.

     Minha certeza é apenas uma fraqueza, queria não está tão certo, o grande mistério se encontrará depois, paraíso, paraíso, paraíso ou o que mais significar, sublime caminho, rara paixão, fervorosa caminhada até onde possa encontrar o caminho certo, ferroada certa na alma. Triste, já não caminho a mais de mil anos e aqui parado estou ainda esperando ela chegar por mim, triste estou a mais de mil anos e ainda estou aqui por ela e ela ainda não entendeu que estou esperando porque tenho que leva-la para outro lugar, para o paraíso.

Em busca do Caminho Perdido