18/09/2013

Humanidade Humana

Aquele brilho que nunca se perdeu está de volta.

     Engraçado quando olha para o chão e ver todos os rascunhos jogados fora, toda a criatividade que não presta, todo o caminho não percorrido, tudo que não acha digno de ser publicado, a mente parece uma labirinto infinto sem padrão e mudando com o tempo. O que somos ou o que deixamos é tão infinitamente imperceptível que seria necessário uma análise em conjunto de um grupo que aparenta ser idêntico, ou seja, seria necessário criar vários conjuntos infinitesimais de personalidades diferentes para classificar apenas o que somos nesse momento, depois colocaríamos uma variável tempo sobre essa perspectiva e chamaríamos de fluxo do que somos, o resulta final do somatório dessas pequeníssimas partes seria o que seriamos em um tempo posterior.

     A dificuldade só aumenta quando você tenta classificar a personalidade humana, a quantidade de teorias já existentes me deixam na dúvida se ajudam mais do que atrapalham, são tantas formas coesas de se pensar, formas distintas, porém em rusgas infindáveis. Pouco testada, analisada, a psiquê humana não se volta ao perceptível, material, todas as análises sobre conceitos e alterações são baseados na forma que os autores vêem a se mesmo e ao mundo, estando completamente relacionada a vida de cada um, em um sistema individual. Minha imaginação ganha vida quando penso no passado, na criação de outros ramos do estudo como a física, matemática, história, línguas, filosofia, sobre o que foi necessário e que obstáculos tiveram que passar para conseguir conduzir suas informações por gerações.

     Ganho forças ao perceber que cada época do conhecimento passou por dificuldades terríveis de preconceitos absurdos, perseguições e descasos, faz parte da natureza humana rejeitar mudanças, o novo assusta até a alma mais aventureira, alguns conseguem assimilarem e aceitarem mais rápidos, mas em maioria convencer uma massa inteira sobre teorias abstratas e com poucas chances de comprovação é algo que dificilmente será considerado como relativamente fácil, ainda mais quando temos que lutar contra nós mesmos para nos convencer que aquilo que defendemos não é uma loucura.

     Discordo das frases que afirmam que nós somos nossos piores inimigos, acredito que o problema é a incapacidade de nos enxergamos, a incapacidade de abstrair nossa visão para dentro da nossa psiquê, analisando nossos defeitos e pontos fracos. Nosso pior inimigo é o desconhecido, aquilo que nos influencia sem que percebamos, o ativador do misdirection mais profundo, aquele que criamos apenas uma leve abstração, mas por mais que estejamos perto, nunca o veremos.

Cada um tem sua própria Psiquê, sua própria Alma.