05/09/2013

Morbidade Social


Fogo que arde sem se ver, dor que desatina sem dor.

     Essa frase marca o inicio de uma grande paixão, poucas foram as vezes que a escutei e sentir meu coração a apertar de felicidade, transbordando uma expressão de conforto e carinho, sinto-me bem por estar bem com você. Tanto altruísmo de minha parte que ao olhar o espelho não reconheço o cara bobo refletido com um sorriso infantil, imagino o que deve esta pensando e nesse momento percebo que estou me perguntando o que estou pensando e o resultado da minha surpresa é um sorriso ainda maior.

     Cego, bobo, feliz, o mundo parece um lugar tão confortável quando sabemos que aquela pessoa também sente algo, palavras são complementos essenciais, mas em um ponto que não são suficientes, aparentando uma necessidade excessiva de estar ao lado da pessoa que tanto admira. O exagero parece pequeno a cada expressão feita, o que é muito na verdade é pouco.

     Elucido agora com uma explicação nada convencional, um sentimento surge no lugar que menos esperamos, se iremos nos entregar a ele ou não só depende de nós. Parar e sofrer ou continuar a caminhar são escolhas obvias que fazemos a todo tempo, existindo sempre uma pergunta reflexiva, o que é cedo demais ou tarde para tentar algo. Já vi e perdi muita chance por esse medo, acabei fazendo coisas irreversíveis e o sentimento de arrependimento seguia forte depois que jogava fora todas as chances de uma possível felicidade.

     Mesmo sabendo o que sentimos ainda não tenho certeza que teremos a capacidade de nos entregar, mesmo com cada sentimento, todos carregamos uma bagagem emocional que agrega experiências recentes que nos fazem temer os sentimentos, somos então incapazes de viver aquilo que queremos com o medo de magoar o aquele que gostamos. 

     Em conclusão expresso que esse não é um texto romântico ou uma declaração, desafio ao leitor reler esse texto com um pouco mais de cuidado se imaginou um romance no ar, todos somos capazes de acertar mesmo errando, cada aspecto importante se mostra com clareza quando desfocamos para uma realidade alternativa em que fazemos todas aquelas letras parte do nosso mundo. Somos exatamente aquilo que achamos que somos, surreais o quanto quisermos.