11/12/2013

Morrer Por Amor


Tomar como obrigação um momento de felicidade também é fazer com que seu sentido seja perdido.

Pediu para muitos céus diferentes um caminho para seguir e nenhuma resposta conseguiu compreender, se, é claro, foi respondido. Nessa brincadeira de viver, não encontra nada mais que obrigações mesmo que talvez goste da rotina de todos os dias, sem imaginar o quanto atrapalha seu desenvolvimento e desempenho, já que é um ser livre que tenta em uma vida encontrar seus significados, uma paixão maior do que as paixões atuais.
Hoje o vi olhando para cima chorando, tentei conforta-lo, mas de nada adiantou, sou invisível para ele e não consigo compreender porque não me deixa ajuda-lo, gostaria de atender seus pedidos e dar os significados que tanto deseja, mas não posso, nunca mais poderei, não depois de ter morrido.
Era uma noite tranquila, o céu estava estrelado, na televisão nada me atraia, porém na cozinha tinha uma faca e estava disposta a cortar meus pulsos, não me preocupei com a reação da minha família ou com o que aconteceria com meu namorado, apenas me tranquei no banheiro e tomei o ultimo banho da minha vida, em uma banheira cheia de sangue, meu sangue.
Hoje estou com ele aqui, ao seu lado, mas não posso toca-lo e dizer que está tudo bem, que aqui não dói, que quero que continue a vida e me esqueça, que meu egoísmo não deveria estragar a sua vida como estragou a minha, queria apenas poder tirar ele de cima daquela ponte, para que não se machuque na queda, mas ele não me ouve, não me escuta.

Um dia ainda nos encontraremos, sei que sim, não sei quando ou porque, apenas que nessa vida não fomos felizes, mas com certeza seremos em uma próxima. Achei que com sua morte ficaríamos juntos novamente, mas ele foi para outro lugar quando me viu, ele me rejeitou e partiu, dizendo apenas um adeus morto e frio.