11/12/2013

O Último Caminho

Como todos os dias até o ultimo.

Ninguém pode definir o que se passa na cabeça de um suicida, porém todos sabem os motivos já que não é segredo para ninguém, mas ninguém se importa porque a vida alheia vale cada vez menos para a maioria em geral por causa de uma praga que vem se instalando nas mentes dos new-psicopatas. A loucura está presente entre nós, andando ao nosso lado como uma linha paralela, mas não pode invadir nosso espaço se não quisermos, porém nos tenta a atravessar e muitos que não tem nada a perder atravessam e são possuídos.
Assisto a loucura todos os dias, leio manchetes surreais, vivo em um planeta que não deveria existir, o comercio da morte hoje está superlotado e cada vez mais barato para ser internalizado. Agora exploramos outro caminho mais sábio, o caminho dos caminhos ocultos, já que todos têm um potencial ao maligno e perverso, onde a loucura é instalada, não trato da loucura dos idealistas, porque essa é apenas uma visão além das outras, refiro-me a insanidade mental, problemas psicológicos crônicos e traumas retidos explodindo para todos que quiserem ver.
Vendo amor também, vendo prazer e graça, vendo meu carro e meus bens, vendo minha morte por alguns trocados, quem quiser comprar entre na fila dos desesperados e ore pelo perdão divino, quando puros de coração venham até mim e sigam ao meu lado enquanto negociamos tudo que tenho nessa vida, mas lembre de que sou justo o suficiente para negar e me ofender com um valor abaixo do esperado. Transforme em seu esse pedaço de alguma coisa que tenho para te dar.
Amor, por favor, não me deixe porque sem você eu não sei mais viver, você se tornou minha loucura de todos os dias, minha ansiedade e minha moralidade, transformou em alguma coisa essa coisa que tenho no peito e antes que pudesse começar a usar você o removeu e colocou em seu cofre frio. Amor, por favor, deixe meu coração jogado em algum bueiro, só não me use mais para você, prefiro o caminho da solidão mortal a da felicidade psicopática que me oferece.
Então o caminho que me resta é apenas um, no final das contas é a única certeza, sem fé, sem esperança, sem mais nada a que me prender nessa vida. As belas paisagens ainda continuaram belas quando me for e as pessoas ainda continuaram com o egoísmo desenfreado insaciável, a luxuria ainda existirá no coração de todos e a humanidade cada vez mais desumana que deveria ser substituída por sua própria criação sobrevive a todos os males.
Venha até mim morte, encontre-me na banheira, no parapeito do prédio, na sala de está, na autoestrada, embaixo da ponte, no meu quarto com uma arma, uma injeção, algumas pílulas, uma corda, estourado, esmagado, espatifado, faltando alguma pele ou algum membro. A porta estará trancada, mas você pode entrar.

Às vezes o único caminho que sobrou foi à morte.