18/03/2014

A Paz de Uma Mente Perturbada.


Quando resolve parar de mentir para si mesmo e para o mundo algo começa a mudar por dentro, primeiramente pelo sofrimento. A adaptação é muito dolorosa, começando por uma sensação desagradável de desconforto e estendendo até começar a duvidar as certezas já postuladas sobre si mesmo. Incertezas tomam por completo suas virtudes, novas dúvidas aparecem sobre inverdades que costumava acreditar e por fim começamos a ver um mundo de dor e sofrimento no qual a realidade de todos é a mais absurda mentira.
Poucos são aqueles que conseguem suportar a pressão da verdade, por isso muitos acabam voltando a acreditar nas ilusões projetas para manipular e controlar a massa. Propagandas de um mundo perfeito, promessas milagrosas e campanhas extraordinárias, idealização dos sonhos através da educação, uma simples táticas, fazer todos desejarem o mesmo objetivo, despertando a individualidade e competitividade inerente ao ser e consequentemente a frustração por não haver espaço suficiente para todos. Chegando nesse ponto é começada a segunda etapa, manter o sonho aceso mesmo como todos os indícios de falha, trabalho realizado pela mídia, essa parte é um pouco mais complexa, pois exige um conhecimento e estudo popular, análise de transições e tendências formadas pela escolha dos espelhos de quem devemos querer ser, que chamados carinhosamente de celebridades, a esses ficam o trabalho de provar que o esforço será recompensado, porém sempre existirão aqueles que desistirão de tentar ou perceberão a falha e irão descontinuar o sistema. Um erro muito grave resolvido com outra ação muito simples, a ordem religiosa formada através dos tabus inseridos na educação sobre as perspectivas futuras e incertezas, garantindo a recompensa depois da vida, o que é incontestável, afinal ninguém nunca voltou a viver para dizer se é verdade ou não.
Quando alguns poucos conseguem aceitar a realidade e concordam em cooperar com o sistema, começa a segunda parte da transformação, o ponto em que começaremos a perder nossa capacidade de sentir emoções, o ódio será destruído pela cumplicidade com o sistema; a pena será um autorretrato; a felicidade engolida pela destruição das virtudes; a esperança destruída pela falta da fé; o amor esmagado pelo pela falta de todas as outras emoções. Para aqueles que conseguem aceitar a realidade e não querem abrir mão dos seus sentimento e virtudes sobra o horror do medo e o desespero da loucura, depressão e suicídio.
Sobrando apenas um grupo minúsculo de pessoas chegamos a terceira etapa do processo que é dividida em três partes. Os monstros, aqueles que usam a verdade e manipulam suas várias interpretações, causam principalmente mal aos que estão ao seu lado; Os iluminados, por passarem a maior parte do tempo preocupados com os demais e muito pouco consigo mesmo, sempre se sacrificam além de suas capacidades para trazer respeito e cordialidade a todos; Os imparciais, formando o menor grupo tem como característica principal as atitudes sem motivo ou sentido aparente, contudo sempre meticulosos em seus objetivos, não havendo uma balança entro o que é socialmente certo ou errado o que aumenta significativamente a periculosidade de seus atos.

Sobre todos os aspectos negativos também existe algo de grande importância a ser destacado, as pequenas cosias, detalhes desapercebidos à maioria, o pequeno movimento que o vendo faz, o suave som do silêncio, a queda de uma folha, a respiração a exalar dos pulmões, os passos no chão, a natureza a viver, o homem a correr, os peixes a nadarem, os mitos a surgirem, as ideias a serem constituídas e formatadas, os contos a serem lidos, os textos a serem escritos, a ligação que existe entre o mundo e o que existe nele, detalhes que só podem ser vistos claramente por que não está cego pelas mentiras.