23/04/2014

Um Amor de Estranha

Leia ouvindo “Here – Pharrell Williams
  


Apenas um pouco de você eu quero, para todos os dias espelhar em mim aquela que tanto bem me fez. Apenas de sua atenção eu preciso, para que do nada eu consiga ressurgir e de dentro de mim uma beleza maior possa nascer.
Ontem mais uma vez falei demais, mas dessa vez não senti o peso das palavras pressionando a vergonha e a compostura que tento zelar, pelo contrário, libertei de mim algo muito ruim. Em resumo citei os cinco motivos do meu desespero e mesmo sem que nenhuma solução fosse revelada ou nenhum conforto pudesse ser dado pelos milhares motivos que nos separam algo aconteceu.
Confesso que os dedos trêmulos e rosto regado pelas lágrima que teimavam em cair tentavam impedir o ato de compartilhar com uma estranha algo pessoal e único meu, um problema que cabia apenas a mim guardar, suportar e resolver. Muito mais forte do que o medo explicito de me abrir era a minha dor e ainda maior foi a voz interior que me pediu para confiar nessa pessoa cuja a face é completamente desconhecida e assim eu fiz.
Quando acordei pela manhã percebi que não senti falta quando suas mensagens deixaram de chegar na noite anterior, apenas admirei a preocupação que demonstrou por não ter sido imediata em suas respostas. Sorri um sorriso fraco, debilitado, sofrido e verdadeiro, levantei e de encontro ao meu carma parti, revigorado, aliviado, leve.

É com muito gratidão que escrevo essas palavras singelas para uma estranha que a noite me acolheu, obrigado Jovem Mulher por ter sido alguém que nunca tive em minha vida.